A Rider Se Inspirou No Escapismo Estético Para Criar Coleção Tie Dye

18 nov 2019

A técnica de tie dye não possui um padrão. Essa fuga de uma uniformidade fez o estilo famoso em todos os cantos do nosso planeta, principalmente entre as gerações pós-hippie, que foram impactadas por essa cultura cheia de liberdade, simbologias e cores.

A forma como os jovens se manifestam nos dias de hoje e todo o aspecto social que se moldou nos últimos anos se encontram com o conceito imperfeito do tie dye, e isso tudo está presente na nova coleção da RIDER, que será dividida em três entregas.

A coleção Tie Dye começa a se apresentar com um mood lisérgico, onde três dos principais modelos da marca são banhados pelas curvas, cores e movimento da milenar técnica de tingimento.

As RIDER RX, NEXT e SLIDE são calçadas no editorial da coleção pelo músico Mateus Carrilho, ex-banda Uó e um dos responsáveis pelos novos caminhos que a música pop brasileira vem tomando, pela astróloga Tati Lisbon e pelo vocalista, guitarrista e tecladista da banda Terno Rei, Bruno Paschoal.

Como boa parte dessa geração, o trio de convidados não fica limitado apenas a um campo de atuação, flutuado sempre em diversas áreas criativas. Mateus e Bruno se correlacionam não só no ambiente musical, mas também no mundo da moda.

Bruno, por exemplo, também está por trás da Surreal, que começou produzindo meias e hoje se destaca como uma das principais marcas streetwear do país. Já Mateus se relaciona com o mercado da moda – principalmente – na hora de se preparar para suas apresentações. No seu vídeo clipe mais recente, de Amor Sem Lei, o tie dye está mais presente do que nunca, tomando conta de quase todo o figurino do artista.

Sensação na internet, a astróloga e dj Papisa, codinome para Tati Lisbon, relaciona seu trabalho e toda sua evolução pessoal com o conceito da campanha. A astrologia, principalmente, se destaca como ciência não exata, que produz resultados inesperados e, pra ela, esse é o charme: “ a exatidão e essa mania de ter certeza sobre os próximos passos é uma maneira de suprir uma insegurança, um medo muito essencial da nossa humanidade. A astrologia não precisa ser ciência. É uma arte e arte não tem forma definida”.

Segundo a astróloga, essa forma definida, que estabelece um padrão, cria caixas mentais que nos impedem de evoluir e a astrologia está aí para ressignificar uma sociedade em crise, por isso o esotérico está tão popular nos tempos atuais: a crise social, política e econômica faz com que as pessoas repensem a importância dessa estrutura segura, cheia de objetividade.

Multitalentos, Tati já foi design de interiores, maquiadora e fotógrafa e afirma que misturar atividades resulta sempre em algo inesperado. “Muitas oportunidades surgiram a partir de cada ofício que eu me dediquei, então essa mistura orgânica de realidades leva a você se descobrir como humano que é, cheio de possibilidades. Esse conceito inteiro do Tie Dye, no fim, é sobre humanizar nossos processos”, finaliza.

O cantor Mateus Carrilho reconhece a importância desse novo movimento e conta que o resultado inesperado faz parte de seu processo criativo: “Desde os tempos de Banda Uó, o que a gente sempre quis fazer foi desconstruir e nunca optar pelo óbvio, ou seja, trazer uma linguagem nova”. A música de Mateus é isso: mistura de ritmos que produz novidade. Colocando o brega, originário do Pará, com o funk da favela carioca, o ex-integrante da Banda Uó afirma ter criado uma nova fórmula.

O conceito Tie Dye vem com sentimento de nostalgia, de um movimento que exaltava a liberdade do indivíduo para uma era digital que preza por padrões inalcançáveis. Para ele, a música e a moda bebem do que foi feito anteriormente. “A gente recicla, revisita as coisas que já foram feitas, mas elas sempre vêm com uma cara própria do que está acontecendo agora” diz, sobre a ideia proposta pela RIDER.

Sobre a mistura de referências, ele afirma que esse é o objetivo, sempre trazer o novo para surpreender e impactar.

Bruno Paschoal é vocalista, guitarrista e tecladista da banda Terno Rei, além de referência em streetwear com sua marca Surreal São Paulo. Ele relaciona o conceito de Lisergia com seu processo criativo: “Os editoriais da Surreal São Paulo, por exemplo, são criados em um clima muito orgânico, nada é tão planejado. A gente gosta de trazer essa cultura de rua, com sinceridade no conteúdo. Eles são feitos sem roteiro, a gente pega a câmera e começa a produzir de forma natural, misturando as referências de todos os envolvidos”.

Sobre envolver novas ideias para criação de projetos, a marca é especialista: promove parcerias com profissionais e marcas de outros nichos para obter um resultado diferenciado. E isso acontece também na banda Terno Rei, que compõe suas músicas em grupo, somando os inputs de todos os integrantes, de uma maneira “old school”, segundo Bruno.

Os três modelos do primeiro lançamento da coleção Tie Dye estão disponíveis na loja online da RIDER em grade estendida.

Ficha técnica

Direção criativa: Noix
Produção geral: Noix
Direção geral de imagem: Bruna Bismara
Fotografia: Gabriela Schmidt
Styling: Victor Miranda
Assistente de styling: Fernanda Galindo
Cenografia: VC Artwork (esculturas João GG)
Beleza: Suy Abreu
Design & direção de arte: Guilherme Garofalo
produção executiva: Bela Sodré
DoP & montagem: Anna Mascarenhas
Assistência de câmera: Anne Karr
Motion & 3ds: Gabriel Talamini
Captação de áudio: Aloisio Correa
Trilha: Volobodo

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