Foram Esses Os Vencedores Do Workshop ÖUS Pares Ímpares E Seus Tênis Chegam Às Lojas Em Breve

22 fev 2018

Em outubro do ano passado, a ÖUS anunciou o workshop PARES ÍMPARES, onde centenas de pessoas tiveram a oportunidade de enviar seus próprios projetos de tênis, para que fossem analisados e concorressem não só à produção de um limitado número de pares, mas também de uma quantia em dinheiro.

Mais de 300 desenhos foram enviados e foram esses os 3 selecionados, que terão seus tênis nas lojas a partir de maio desse ano:

1. PHIBO 1123 “Advercidade” – Feito por Artur Malta

Artur Malta, de 24 anos e natural de Maceió, é o criador do PHIBO 1123 “Advercidade”, um dos três ganhadores do Workshop Pares Ímpares. Estudante de Design pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas) e já no fim da graduação, Artur trabalha atualmente como designer freelancer.

“Sou estudante de design movido pela criatividade, influenciado por interesses que envolvem música, cinema, esporte e arte. Acho que todos esses fatores são responsáveis pela minha paixão por tênis, desde a cultura hip hop aos jogos de basquete, passando pelo grafite e os projetos de design de produto.”

A sua inspiração para criar o seu modelo surgiu de uma reflexão sobre as funções que o tênis exerce e sua relação com os centros urbanos. “Eu sempre enxerguei o tênis como uma ferramenta de exploração que entra em contato com as mais diversas superfícies, por conta disso, o meu intuito foi desenvolver um tênis que pudesse se “camuflar” nessas superfícies.”, conta Artur.

Ele conta que foi a partir desses fatores que começou o processo de desenvolvimento do conceito, que buscou inspiração nos aspectos que constituem as cidades brasileiras considerando a pluralidade de texturas, formas, superfícies, paleta de cores, entre outros. “Surgiu então o nome ‘AdverCidade’, um neologismo com a palavra adversidade, trocando o “s” pelo “c”, que consiste em estimular um novo olhar para o lugar onde vivemos, que mesmo com suas desigualdades gritantes, desperta uma gama de sensações únicas.”.

Artur assistiu ao workshop pela transmissão ao vivo na nossa página do Facebook e conta como se sentiu quando foi um dos ganhadores. “Pra mim, foi a realização tanto de um desejo pessoal quanto de um projeto profissional, pois eu pude aplicar os conhecimentos adquiridos na universidade na criação de um produto do qual eu sou fascinado.”.

2. PARTEUM “Ninhol” – Feito por Ninhol

Quando perguntamos o seu nome, Ninhol disse que até a própria mãe dele o chama assim. Com 41 anos, é um ilustrador e artista visual de Pernambuco, que atualmente mora em Palhoça, Santa Catarina. O artista é o criador do PARTEUM “Ninhol”, um dos ganhadores do Workshop Pares Ímpares.

Ninhol se descreve como uma pessoa tranquila, que curte andar de bike, fã de cultura popular e de ficção científica. Cursou Comunicação Social e Moda e hoje transforma a sua percepção de cidades brasileiras que morou e visitou em arte.

Após assistir ao workshop pela nossa fanpage no Facebook e de conhecer a história da ÖUS, Ninhol já sabia que seu tema seria Brasil. “Resolvi contar um pouco da minha história através de uma série que desenvolvo. Nela eu misturo lembranças e experiências vividas em alguns lugares por onde passei. É um tema um tanto pesado, já que envolve o cotidiano de um país com um longo histórico de desigualdades.”, contou.

Ninhol conta que participar do Workshop foi um desafio bem positivo. “Em um primeiro momento significou um desafio já que eu não tinha feito nada parecido mas curti demais o processo, explorar tantas possibilidades.Achei realmente foda poder colocar um pouco de mim em algo que será utilizado por inúmeras pessoas que eu nem conheço mas que a partir disto,teremos uma certa conexão.”, explicou.

O modelo foi feito em cima da plataforma do Parteum, com o cabedal feito em nobuck premium, com grafismo a laser na palmilha, etiqueta e a arte de Ninhol estampada nas palmilhas.

3. PHIBO 1123 “Bantu Guarani” – Feito por Daniel Barbosa

Daniel Barbosa, de Franca, São Paulo, tem 24 anos e buscou inspiração nas origens da sua família para criar o PHIBO 1123 BANTU GUARANI, um dos ganhadores do Workshop Pares Ímpares. Formado em Design Gráfico pela UNIFRAN (Universidade de Franca) em 2012, Daniel hoje trabalha no setor de criação de uma empresa de calçados infantis.

Depois de assistir ao Workshop pela live transmitida pela nossa página do Facebook, Daniel conta que foi um processo bem orgânico de pesquisa. “Comecei a pesquisar detalhadamente a Öus, e percebi que um dos principais valores da marca é a brasilidade, que está presente em vários momentos e desde sempre nos produtos e nas campanhas, em frases como “Feito no Brasil”, em colaborações “Brasil é com S”e na valorização do artesão e de matérias primas nativas na série Buriti”. A partir dessa análise, estava claro para Daniel Barbosa que seu tema teria que ter o Brasil como inspiração.

A escolha do Phibo 1123 também não foi aleatória para Daniel. “Abri a pasta de modelos disponíveis para o concurso e o 1123 me chamou por ser uma silhueta nova e ter um solado com um conceito incrível e foi a partir dele que surgiu o tema “origens” pois a proporção áurea é o que dá origem a vários elementos da natureza.”, explicou.

Para fechar o tema, Daniel trouxe o significado de suas raízes familiares e uma reflexão sobre . “Vejo que um problema antigo e que poderia já ter sido extinto ainda continua em evidência, o preconceito racial. Acreditando no poder do design como transformador de realidades, o 1123 “Bantu Guarani” nasceu com intenção exaltar as qualidades e valor desses povos e a herança sociocultural que eles deixaram para o Brasil. A intenção e despertar a curiosidade das pessoa para saber quem foram os Bantus quem foram os Guaranis, porque talvez por não saberem e terem uma ideia preconcebida muita vezes negativa do que eles foram é que surge os preconceitos atuais.”.

A estampa, cores e texturas do PHIBO 1123 “Bantu Guarani” tiveram inspiração nas pinturas corporais, no tom da pele dos nativos brasileiros e africanos e no ambiente onde vivem. A camurça e  o tecido ecológico remetem às texturas encontradas na natureza, presentes nas roupas casas e utensílios dos povos. O mesh, além de ser um material respirável, foi escolhido para a estampa que traz as cores vibrantes de animais como araras e tucanos. “Assim como o skate e o tênis são muito importantes para o skatista, o cocar indígena e a máscara africana são importantes para ambos os povos e, por este motivo, foram escolhidas para estampar a etiquetas.”, explicou Daniel.

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