New Balance MADE 1978 #4 – John Timulty

17 mar 2017

No começo de março, a NEW BALANCE nos convidou para participar de uma imersão em seu universo, mostrando passado e presente para entendermos o seu mais novo lançamento, batizado 1978.

Durante nossa visita, várias fotos e vídeos foram divulgados nas redes sociais para tentar aproximar da experiência todos que acompanharam o SNEAKERSBR nessa aventura.  Agora, temos explicado, aos poucos, em uma serie de matérias, tudo o que foi visto por lá. .

Uma das grandes oportunidades que tivemos foi um bate-papo exclusivo com dois dos principais personagens do corpo executivo da empresa, para saber mais não apenas sobre o 1978, mas sobre os próximos planos da marca. Pra começar, segue o papo com JOHN TIMULTY, gerente da divisão lifestyle para os produtos da linha MADE.

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Olá, John, primeiramente gostaríamos de agradecer o convite e toda a experiência que estamos tendo aqui em Boston, em nome do SNEAKERSBR e de todos os fãs brasileiros da marca.

Ah, você faz parte do SNEAKERSBR! Vocês tem feito um ótimo trabalho! Tenho acompanhado algumas de suas coisas, através das hashtags que vocês usam. Essa foi minha primeira forma de conhecer vocês e depois fui ver mais coisas sobre, mesmo sendo tudo em português (risos). Continuem assim, principalmente com as hashtags, isso nos ajuda muito.

Muito obrigado pelo reconhecimento! Este ano estamos completando 10 anos e estamos crescendo junto com o mercado brasileiro, isso nos deixa bem feliz!
Eu trabalhava em um outra marca, até um tempo atrás, e lá já conhecíamos muito sobre a cena no Brasil. Sabemos o quanto é desafiador para vocês neste momento de desenvolvimento, mas percebemos um enorme crescimento por lá, mesmo com todos os desafios que vocês têm, principalmente em relação aos preços dos produtos.

Sim, os valores para nós realmente atrapalham… Mas, enfim, vamos falar sobre você e a NEW BALANCE. Nós sabemos que você tem em seu background trabalhos em vendas, serviços a clientes e, dentro da NEW BALANCE, você começou na divisão kids, fazendo produtos de adultos se transformarem em produtos infantis. Tudo isso deve ter te ajudado neste desafio da criação de um modelo totalmente novo.
Qual foi sua sensação ao pegar na mão o primeiro produto que saiu da linha de produção em Norridgewock?

Não foi um produto em que eu trabalhei diretamente na criação, meu papel foi mais gerencial, mas os caras fizeram um trabalho absurdo! É um produto moderno, que é encarado do mesmo modo que os nossos produtos do passado e você pode ver isso quando pega um deles na mão. Mesmo assim, foi totalmente pensado para os dias atuais, em todo o seu processo, mantendo algumas de nossas características como a construção artesanal e os materiais de altíssima qualidade. Claro que produzir um modelo desse hoje em dia é muito mais fácil do que antigamente, pois podemos nos utilizar, por exemplo, de técnicas para a criação de perfurações no material que são rápidas de fazer e mantém o nível de qualidade que queremos pelas facilidades dos dias atuais.

Naquele começo, você trabalhava com produtos que já existiam e deveriam se transformar em ‘miniaturas’ mantendo-se fiéis aos originais. Hoje, participa da criação de algo que ninguém ainda tinha visto. Como você encarou isso?

Realmente foi um desafio, mas trabalhar com a nossa equipe de design foi divertido desde o começo. Conceitualmente, esse era um produto que deveria contar com materiais criados em território americano, algo muito importante para nós – e também para quem gosta e compra os tênis – e era minha responsabilidade encontrar os materiais e saber como conseguí-los. Eu tenho que gostar das coisas que crio, além construir algo novo, mudando aquilo que ja foi feito há 30, 40 anos e que sempre deu certo. Uma alta dose de desafio.

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Eu vi uma entrevista sua, dizendo que seus filhos lhe perguntavam se você fazia os tênis pra eles, quando você ainda trabalhava na divisão infantil e você dizia que sim. Hoje você trabalha na divisão de calçados para adultos. Há algum plano de fazer o 1978 para os pés menores?
Isso é muito difícil. Fazer um calçado para criança nos EUA traz um preço ao produto que nem sempre o cliente está disposto a pagar. No caso do 1978, que custará em torno de 150 dólares, para os adultos, o valor para o infantil não teria uma redução de valor muito grande. Mas, felizmente, meu filho mais velho hoje já está grande suficiente para utilizar numeração adulta. No começo da minha transição para trabalhar com produtos adultos, eles ficaram chateados, porque eu não faria mais os tênis ‘para eles’, mas agora estão entendendo que eles estão crescendo e que as coisas vão se encaixando. Eles não iam usar tamanhos infantis para sempre.

Então foi o timing perfeito!
(Risos) Sim, foi. Ainda é complicado, hoje em dia, as pessoas entenderem o valor dos calçados infantis que produzimos. Tentamos fazer uma versão o mais próxima possível dos calcados adultos para as crianças. Os materiais que utilizamos não são utilizados por nenhum dos nossos concorrentes.

Nas visitas às fabricas, pudemos ver o quanto as pessoas gostam de trabalhar na empresa e o quanto elas fazem com amor cada uma as suas tarefas. Isso se reflete nos produtos. Estamos acostumados a ver os processos produtivos com cada vez mais máquinas e robôs, e aqui nós vimos várias máquinas, mas pessoas operando cada uma delas. E as pessoas sendo tratadas como pessoas e não apenas com mais um dentro do quadro de funcionários da empresa.
Assim que eu comecei na NEW BALANCE, uma das primeiras coisas que fizeram foi esse passeio como o de vocês, para conhecer todo o processo produtivo e entender as pessoas que trabalham por lá e também o quanto e o por quê deles apoiarem essa produção doméstica. Como você disse, as pessoas amam trabalhar lá e isso fica explicito. Elas não ficam entediadas de trabalharem fazendo tênis o dia todo, muito pelo contrário: a qualquer momento que você encosta ao lado de um deles, eles querem te explicar como e por que fazem aquilo. Isso é muito empolgante.

Vocês já têm algum plano sobre colaborações sobre o 1978?
Nós temos alguma coisa sim. Ainda não sei com 100% de certeza o que, mas já estão trabalhando nisso sim. Colaborações são sempre complicadas, porque você envolve outras pessoas no seu processo e os prazos são sempre muito curtos. Mas estamos planejando coisas muito boa pro segundo semestre deste ano e o Brasil está nos planos!

Muito bom ouvir isso de você, John, e eu gostaria de agradecer novamente o convite para estarmos aqui. Aproveito e já faço um convite para quando você estiver no Brasil nos encontramos e você conhecer o SNEAKERSBR.
Nós estamos muito felizes com a presença de todos vocês aqui e gostaríamos de agradecer por terem vindo. Eu ainda não conheço o Brasil, mas como as coisas estão caminhando, algumas estratégias de nosso trabalho podem nos levar pra lá. Vocês estão no nosso radar. Espero que possamos nos encontrar por lá então!

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Fotos: Sneaker News

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