Revista Wired Desvenda O Processo De Desenvolvimento Do Hyperadapt 1.0

22 set 2016
Por: Jaime Ha

Quando a primeira tiragem comercial do NIKE MAG foi anunciada, em 2011, muitos fãs do filme DE VOLTA PARA O FUTURO, além de entusiastas da tecnologia e sneakerheads, tiveram que se contentar com a falta do sistema de amarração automático, presente nos calçados usados por MARTY MCFLY no futuro imaginado pela trilogia.

Em 1988, TINKER HATFIELD recebeu a tarefa de pensar como seriam os tênis quase 30 anos depois, considerando o avanço da tecnologia ao longo desse período. Ao contrário do que a ficção científica mostrava na época, com carros voadores e uma vida mais próxima da atmosfera, TINKER fugiu propositalmente de tênis que fizessem, que, apesar de óbvios, não fariam sentido algum para atletas.

Voltando para 2013, em uma entrevista para a REVISTA SBR, o designer antecipou que mais MAGs estavam a caminho, confirmados no ano passado, e que o projeto fazia parte de algo muito maior dentro da empresa – considerando que a NIKE é uma empresa esportiva e todo desenvolvimento necessita de um drive de performance, e não só puramente estético.

Na ocasião, o designer ainda imaginou uma situação de uso onde um jogador de basquete teria os tênis com um ajuste mais preciso em jogadas de movimento, enquanto durante arremessos livres e intervalos o tênis reconheceria o momento e, automaticamente, ficaria um pouco mais folgado.

Esse foi um dos guias para o desenvolvimento do HYPERADAPT 1.0, cujo processo de realização foi esmiuçado em uma entrevista para a revista WIRED, onde TINKER diz acreditar que pés castigados criam uma reação em cadeia que gera sequelas para o organismo inteiro: “Em um jogo de basquete com duração de quatro horas, por exemplo, um jogador precisa de tênis apertados por apenas uma hora, mas, mesmo assim, passa as três horas restantes com os pés sufocados, sem necessidade”, exemplificou para a publicação.

Desde o anuncio do MAG, em 2011, foram quatro anos de especulação a respeito do sistema de auto lacing, que a NIKE estaria desenvolvendo para a versão de 2015, o ano em que MARTY MCFLY visita o futuro. Porém, todo o projeto teve início em 2005, quando TINKER, preocupado com os pés, e MARK PARKER passaram a acreditar que existia tecnologia suficiente para o seu nascimento.

A WIRED registrou que o desenvolvimento aconteceu inteiro dentro do INNOVATION KITCHEN, o lugar onde a NIKE tem bolado todas as suas grandes inovações. Como TINKER também nos havia antecipado, o processo de criação do HYPERADAPT foi encabeçado por TIFFANY BEERS,  engenheira de formação e sênior de inovação na marca, e a tecnologia passou por todo o tipo de adversidade, desde o ceticismo interno até encontrar motores, sensores, cabos e baterias, este último, um ítem em que ela ficou expert depois de ter que muito estudar.

Para o cabedal, optou-se por usar o FLYWEAVE, uma trama de poliéster trançada, lançada em 2014, macia, flexível e resistente ao mesmo tempo. Para conseguir encaixar todo o sistema de amarração, BEER voltou seu olhar para o AIR JORDAN 28, lançado em 2008, que possui um vão grande o suficiente para armazenar toda a aparelhagem.

Apesar de ser largamente citado como um sistema de amarração, o HYPERADAPT 1.0 na realidade é equipado com sistema de ajuste: os cadarços estão lá, mas como mero coadjuvantes para indicar o quão apertado ou solto o cabedal está – o que é possível checar também através de pontos de led, presentes nos painéis traseiros. Toda essa engenhoca funciona através de dois botões de regulagem, enquanto um carregador magnético , preso no solado, aonde se lê MT² (MARK, TINKER e TIFFANY), se encarrega de garantir energia suficiente para o tênis ser usado por duas semanas, em apenas três horas.

A primeira leva do HYPERADAPT 1.0 será vendido nos Estados Unidos ainda neste ano e mais informações a respeito da sua comercialização são aguardados para o dia 28 de novembro.

A matéria completa sobre esse processo de desenvolvimento, junto com entrevistas com TINKER HATFIELD, TIFFANY BEERS e MARK PARKER pode ser conferida na edição de outubro da WIRED, ou no site da revista – em um formato, a propósito, bem bacana.

https://www.youtube.com/watch?v=z7Cyv3cvIxY

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