Segunda Da Revista: Voltamos A 2015 E Aos 45 Anos Do Superstar

04 jul 2022

Em 2015, lançamos a edição número 8 da Revista SBR. Ela contava com uma capa super especial: para comemorar os 45 anos do adidas Superstar, o shell toe do icônico modelo era uma raspadinha. Se tratava do segundo capítulo de uma trilogia, onde falamos sobre passado, presente e futuro da silhueta.

O presente em questão, depois de sete anos e muita história contada sobre este ícone das quadras de basquete, já virou, também, passado. E hoje é Segunda da Revista, dia de relembrar!

adidas (SUPER) Star, 45 anos de Shell Toe

Parte II: O Presente

Cores, texturas, variações de construção e assinaturas estreladas marcam os festejos de 45 anos do maior clássico da adidas, que vê, pela primeira vez, as intervenções se estendendo para o seu elemento mais marcante: a biqueira de borracha em forma de concha.

Uma enxurrada de edições – especiais ou não – do Superstar já eram mais do que esperadas para 2015, uma vez que a adidas estaria festejando o quadragésimo quinto aniversário do seu maior clássico.

Tudo começou com a volta ao mercado das icônicas versões com selo dourado na língua, encabeçadas por um modelo artesanalmente feito na França, como eram os primeiros pares do tênis, em 1970.

Em seguida, o projeto Consortium foi retomado, e os seis parceiros – Foot Patrol, Tate, D-Mop, Undefeated, Neighborhood e Union – liderados por uma versão preta com listras brancas em homenagem a Adi Dassler, foram convocados, de novo, a prestar continência ao Shell Toe, relembrando o projeto de 2005, até hoje um marco da cultura sneaker.

Muita coisa aconteceu nesses dez anos e muitos novos parceiros da adidas colocaram seus talentos a serviço do Superstar. Nigo e BAPE – pré e pós divórcio – foram dois dos mais recorrentes, reforçando que “o respeito é mútuo” e que a primeira marca a criar suas próprias – e ultra desejadas – edições do icônico tênis não ia ficar sem uma fatia do bolo.

Parceiros, a propósito, é o que não tem faltado para a adidas nos últimos meses, e um dos mais ativos deles foi responsável por um outro projeto ousado, tanto pelo conceito, quanto pela quantidade de diferentes versões resultantes, tendo o Superstar como plataforma.

As primeiras imagens do pack Supercolor surgiram na metade final de 2014, quando o misto de produtor, músico, rapper e multiartista Pharrell Williams apareceu rodeado por um círculo de edições coloridas e monocromáticas do tênis. 

E elas não eram poucas. Cinquenta, para ser mais preciso. 

Uma forma de celebrar a diversidade e de enlouquecer a cabeça de fãs, fashionistas e sneakerheads de todo o mundo, que não sabiam o que escolher, dentre tantas opções de Shell Toe que faziam parte do verdadeiro Pantone criado por Pharrell.

E ele ataca novamente!

Super Shell

Ao longo dos seus 45 anos o Superstar já viu muitas de suas partes serem alteradas: o couro liso do começo deu lugar à camurça, lona e a uma infinidade de outros materiais têxteis – incluindo o Primeknit, tricô tecnológico da adidas, muito em breve. A borracha já teve sua composição alterada, para evitar o amarelado ou para exibí-lo, propositalmente, e das cores usadas no conjunto, nem se fala.

Mas é Pharrell o primeiro responsável por mexer na biqueira de borracha em forma de concha, até agora um elemento quase sagrado, que serve de suporte artístico e ganha divertidas interpretações dentro do projeto batizado “Super Shell”.

São 20 edições especiais do Superstar assinadas por um time de artistas sob sua curadoria e que o auxiliam na histórica missão: o nova-iorquino Todd James, a arquiteta iraquiana Zaha Hadid, a fotógrafa californiana Cass Bird e o japonês Mr.

Nascido em 1969, em Cupa, no Japão, Mr. é discípulo de Takashi Murakami e tem obras expostas em museus e galerias de grandes cidades do mundo. Uma linguagem em estilo mangá se faz presente em todos os seus trabalhos, da pintura à escultura, e foi com ele que conversamos, rapidamente, sobre o novo projeto.

SBR: Como você e Pharrell se conheceram?

Mr.: Em 2008, fiz uma exposição solo na galeria Perrotin, em Paris, e Pharrell estava com uma mostra de cadeiras no mesmo local. Nos conhecemos através de uma vídeo-conferência e fiquei sabendo que ele já era um fã do meu trabalho.

SBR: O que o fez decidir participar de um projeto que leva arte para tênis, sob curadoria de Pharrell?

Mr.: Eu não teria coragem de negar um convite dele! Além disso, a ideia da minha arte estar conectada com um superstar da música e com uma empresa tão conhecida, como a adidas, me animou muito.

SBR: Quais memórias você guarda do Superstar?

Mr.:  Para mim, um Otaku assumido, é um símbolo da cultura jovem e mesmo tendo crescido no Japão, meio isolado do resto do mundo, ele era um “tem que ter” da época de estudante. Eu acho o Superstar um produto especial, que se conecta muito com a cultura esportiva japonesa.

E que, agora, vai ser usado com uma tela, em preto e ou branco, por cinco dos artistas contemporâneos mais badalados. É aguardar, conferir e garantir uns pares pro acervo.

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