O ano de 2016 introduziu, às passarelas e posteriormente às ruas, o conceito de “Chunky Sneakers”, modelos robustos que possuem sobreposição de camadas em seu cabedal e entressolas um pouco mais altas do que o convencional.
Dois anos se passaram e, apesar de continuar causando estranhamento e dividindo opiniões sobre a beleza dos seus representantes, o termo se popularizou. As marcas de luxo têm aproveitado a onda para se estabelecer no mercado de calçados casuais e as marcas esportivas encontraram uma oportunidade de reviver modelos, até então, esquecidos e também de lançar novas silhuetas que carreguem o DNA de cada uma delas.
Com a união de certo desconhecimento dos consumidores sobre os tênis nascidos nos anos 1990 e a enxurrada de lançamentos que estão acontecendo surgiram as inevitáveis comparações.
Esse post é uma breve lista para que você tenha argumentos quando aquele seu amigo querido ou quando o desconhecido comentarista de internet esbravejar: “Esse é cópia do Balenciaga, kkkkkk” ou “As marcas adoram imitar o designer do Kanye” (contém piada)
Nem todos são idênticos aos “Chunky Sneakers” de hoje mas seus design, designers (agora, sim) e influência ainda impactam o mercado nos dias de hoje.
New Balance 1500 (1990)
Talvez o modelo mais conhecido dessa lista, o 1500 foi desenvolvido pelo lendário designer Steven Smith. A sobreposição de materiais proporcionava estabilidade e respirabilidade para um calçado de corrida do início dos anos 1990 e a diferença de altura entre uma ponta até a outra da entressola chama atenção de quem vê e também de quem calça.
Reebok Aztrek (1992)
O Reebok Aztrek é uma das apostas do time da marca para o ano de 2018.
Encontrado nos arquivos de seu catálogo de corrida, a mistura de materiais e a paleta de cores remete imediatamente ao visual aplicado nas releituras dos “Dad Shoes” lançados recentemente.
Puma Prevail (1993)
O modelo faz parte da lendária linha Trinomic, lançada no início dos anos 1990 com a proposta de inovar os calçados do mundo da corrida através de um sistema hexagonal de amortecimento. Cores chamativas e formato rechonchudo criam uma linhagem direta dos tênis assinados por Alexander McQueen até o Puma Thunder Spectra, que chegou recentemente ao Brasil e já é um sucesso.
Fila Venom (1994)
Sem muita explicação necessária e muito antes de Yeezy BOOST 700 – 23 anos, para ser mais preciso. A marca italiana planeja tira-lo dos arquivos para coloca-lo nas prateleiras, ainda esse ano. Sorte a nossa!
Nike Air Grudge (1995)
Essa desconhecida silhueta, lançada pela marca do Swoosh no meio dos anos 1990, foi capaz de influenciar duas tendências do mercado atual: os “Chunky Shoes”, obviamente, e também a utilização de grandes logos que ultrapassam o cabedal e chegam até a entressola.
Tenho certeza de que você conhece um famoso designer que já deve ter se deparado com esse ” T Ê N I S “. Pois é: ele não inventou a “R O D A”.
Adidas EQT Solution (1998)
A linha EQT das três listras ganhou grande relevância para o público mais jovem nos últimos anos: seu conforto é inquestionável e o formato das silhuetas agradam. A união da entressola e do cabedal neste modelo de 1998 lembra muito a do Yeezy Runner 700, concorda? Mais um não tão conhecido que influenciou ícones atuais.
Adidas Torsion Ozweego 3 (1998)
É isso mesmo, você não leu errado: o Ozweego acima foi lançado no ano de 1998. Desenhada especialmente para corrida e com a tecnologia de amortecimento Torsion, a silhueta inspirou o designer e estilista Raf Simons a prever tendências, ao lançar sua própria versão de um “Chunky Sneaker” no ano de 2013.
Nada se cria, tudo se transforma. Ponto para a gigante alemã.
Asics Gel-Kayano TN900 (1999)
A família Kayano é, talvez, a mais famosa linha de corrida da marca japonesa.
Em sua quinta geração, o modelo que conta com a tecnologia Gel para maior amortecimento, e suas cores chamativas e traços espalhados por todo o cabedal e entressola me fazem lembrar do mais recente “Chunky Sneaker” da Balenciaga até o momento apelidado de Track.
Nike Air Monarch II (2003)
O Air Monarch II foi lançados poucos anos após o final da década de 1990, mas ele não pode ficar de fora dessa lista por dois simples motivos:
1) De acordo com Dave Schechter, um dos responsáveis pelo projeto na época, o modelo tinha como objetivo desenvolver o calçado perfeito para que pais utilizassem nos Parques de Diversão norte-americanos nas férias de verão (dad shoes);
2) Eles conseguiram. Well done!
Nem todos os modelos nessa lista fizeram sucesso na época da forma que fariam nos dias de hoje e a pergunta que fica na minha cabeça é: quais tênis estão passando “despercebidos” pelo mercado nos dias de hoje e que daqui a algum (bom) tempo serão responsáveis por influenciar o consumidor?
Palpites?
Lembre-se de respeitar o passado e sempre questionar aqueles que, no presente, se auto-declaram visionários do futuro. Fica a dica.