Na semana em que festeja meio s\u00e9culo de exist\u00eancia, a californina VANS nos deu a chance de conversar com o seu fundador Paul Van Doren, resultando no papo exclusivo que voc\u00ea confere a seguir.<\/p>\n
Com 16 anos de idade, Paul Van Doren\u00a0come\u00e7ou a trabalhar no mercado cal\u00e7adista norte-americano, ap\u00f3s abandonar a escola e ir atr\u00e1s de emprego na Randy\u2019s, f\u00e1brica de cal\u00e7ados da regi\u00e3o de Boston. Em seus 20 anos na Randy\u2019s, Paul saiu do ch\u00e3o de f\u00e1brica at\u00e9 chegar ao cargo de Vice-Presidente Executivo.<\/p>\n
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Depois de sair da empresa, abriu sociedade com Gordon Lee, Serge D\u2019Elia e seu irm\u00e3o James para criar sua pr\u00f3pria empresa: a VANS. \u00a0Originalmente chamada de Van Doren Rubber Company, a VANS\u00a0estava \u00e0 frente de seu tempo com um modelo de neg\u00f3cios que \u00e9 replicado at\u00e9 hoje no mercado: um fabricante vendendo seu produto diretamente ao consumidor, sem intermedi\u00e1rios.<\/p>\n
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\u00a0Em 16 de Mar\u00e7o de 1966, Van Doren e seus s\u00f3cios abriram a primeira loja da VANS\u00a0em Anaheim, Calif\u00f3rnia. Durante essa \u00e9poca, a \u201cVan Doren Era\u201d, consumidores podiam encomendar t\u00eanis especiais diretamente para a VANS\u00a0e levar seus pr\u00f3prios materiais para criar modelos \u00fanicos. A empresa era familiar, j\u00e1 que muitos parentes de diversas idades trabalharam como vendedores, caixas\u00a0e at\u00e9 foram respons\u00e1veis em abrir novas lojas da VANS\u00a0ao redor do sul da Calif\u00f3rnia.<\/p>\n
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Mesmo que Paul Van Doren tenha vendido a Vans em 1988, seu filho Steve Van Doren e neta Kristy Van Doren-Batson seguem espalhando o \u201cEsp\u00edrito Van Doren\u201d ao redor do mundo.<\/p>\n
Paul: <\/strong>Quando estava completando meu vig\u00e9simo ano na Randy\u2019s (Randolph Rubber, antiga fabricante norte-americana de cal\u00e7ados) eu tive uma ideia e fui falar com meu chefe. Eu perguntei \u201cPor que n\u00e3o fabricamos os t\u00eanis, colocamos em lojas da f\u00e1brica e vendemos n\u00f3s mesmos?\u201d. Ele respondeu \u201cVoc\u00ea \u00e9 maluco, isso nunca vai acontecer\u201d. Na \u00e9poca, o mercado de cal\u00e7ados dependia dos revendedores e eles vendiam em torno de 35% do que era produzido pela Randy\u2019s. Revendedores mandavam na empresas, e as empresas estavam \u00e0 merc\u00ea dos revendedores. Em uma ocasi\u00e3o, um representante de vendas falou para um colega meu para sair na rua e pegar uma pomba. Quando me dou conta, o rapaz estava do lado de um poste, no meio da noite, tentando pegar um pombo com as m\u00e3os. Eu criei o conceito da Vans para acabar com isso, com esses comportamentos. N\u00f3s sab\u00edamos como fazer os cal\u00e7ados, ent\u00e3o colocamos em nossas lojas pr\u00f3prias e n\u00e3o precis\u00e1vamos ficar puxando o saco de qualquer revendedor. Aquela pomba se tornou um s\u00edmbolo nos nossos primeiros dias: n\u00f3s t\u00ednhamos ela desenhada em nossos cheques, notas e at\u00e9 no bolo que comemos no dia da inaugura\u00e7\u00e3o. Na Vans n\u00f3s n\u00e3o pegamos pombas!<\/p>\n <\/p>\n Paul: <\/strong>Quando a Vans come\u00e7ou, n\u00f3s ach\u00e1vamos que \u00edamos abrir em 1 de Janeiro. Mas n\u00e3o deu, a\u00ed colocamos uma faixa na frente do pr\u00e9dio que dizia \u201cSe eu te falar Fevereiro, voc\u00ea acredita?\u201d. No fim do m\u00eas, penduramos a faixa \u201cSer\u00e1 em Mar\u00e7o?\u201d Assim que a f\u00e1brica ficou pronta, abrimos a loja com tudo que voc\u00ea encontra em um varejista: um balc\u00e3o, prateleiras, uma caixa registradora e banquinhos para as pessoas sentarem. Mas s\u00f3 t\u00ednhamos caixas vazias, para ficar mais apresent\u00e1vel. A primeira pessoa a entrar na loja comprou um par do que hoje \u00e9 chamado de Authentic Lo Pro na cor branca, por US$2,49. Ela me deu uma nota de US$5 mas ainda n\u00e3o t\u00ednhamos troco na caixa! Sem troco, acabamos vendendo uns 16 pares sem receber nada \u2013 mas todos voltaram e pagaram exatamente o que era devido. Exceto uma pessoa, que voltou 3 semanas depois e me disse \u201cMe desculpa. Minha filha mora em Anaheim e eu em Long Beach. S\u00f3 venho aqui a cada 3 semanas\u201d.<\/p>\n <\/p>\n Paul: <\/strong>O dia-a-dia era intenso. No come\u00e7o foi dif\u00edcil achar\u00a0o ritmo da f\u00e1brica, mantendo a produ\u00e7\u00e3o funcionando o dia todo e seguindo a rotina na loja. Em poucas semanas, come\u00e7amos a ter filas ao redor da loja de pessoas que queriam conhecer e comprar os nossos t\u00eanis. O que eu fiz? Abri mais lojas. Na segunda procurava um pr\u00e9dio novo, ter\u00e7a assinava o contrato de aluguel, na quarta montava os m\u00f3veis, na quinta montava a loja, na sexta levava os t\u00eanis e no s\u00e1bado inaugurava a loja. E assim fui seguindo.<\/p>\n <\/p>\n Paul: <\/strong>Desde o primeiro dia, desde sempre. Eu prestava aten\u00e7\u00e3o nos desenhos feitos nos t\u00eanis para entender novas tend\u00eancias e padr\u00f5es. Come\u00e7amos com cores s\u00f3lidas e rapidamente introduzimos padr\u00f5es, estampas e imagens no cabedal e na sola.<\/p>\n Paul: <\/strong>As tend\u00eancias variavam mas n\u00f3s consegu\u00edamos entregar aos consumidores o que eles queria ao oferecer t\u00eanis customizados. Se eles queriam algo diferente, era poss\u00edvel levar qualquer tecido e n\u00f3s faz\u00edamos os t\u00eanis com o material. Isso funcionava muito bem com a clientela feminina, elas podiam fazer o que quisessem. Eu passava as medidas do tecido, as pessoas compravam e n\u00f3s fabric\u00e1vamos os t\u00eanis.<\/p>\n <\/p>\n Paul:<\/strong> O p\u00fablico\u00a0feminino sempre foi muito valioso para n\u00f3s. As mulheres podiam fazer os t\u00eanis do exato jeito que elas desejavam, mesmo se as cores fossem dif\u00edceis de se obter. As m\u00e3es tamb\u00e9m tiveram um importante papel para n\u00f3s. As m\u00e3es eram quem decidia as coisas nos lares, no quesito vestimenta, onde e o que fam\u00edlias compravam para vestir. As m\u00e3es iam para Vans para comprar t\u00eanis para toda a fam\u00edlia, sabendo que os t\u00eanis iam durar o dobro \u2013 j\u00e1 que a gente usava o dobro de borracha na constru\u00e7\u00e3o da sola. Dou muito cr\u00e9dito do nosso sucesso \u00e0s m\u00e3es que nos apoiaram.<\/p>\n <\/p>\n Paul: <\/strong>Meu t\u00eanis favorito \u00e9 o Vans Style 44, o Authentic. O Authentic est\u00e1 na Vans desde o primeiro dia, sempre pronto para usar. As cores originais do Authentic eram branco, azul claro, azul marinho\u00a0e verde.<\/p>\n <\/p>\n O \u201cEsp\u00edrito Van Doren\u201d \u00e9 um termo que ainda \u00e9 utilizado na Vans para definir o car\u00e1ter e dedica\u00e7\u00e3o em uma determinada atividade. O que significa o \u201cEsp\u00edrito Van Doren\u201d para voc\u00ea?<\/strong><\/p>\n Paul: <\/strong>Significa tudo para mim. O \u201cEsp\u00edrito Van Doren\u201d \u00e9 o que fez essa empresa. N\u00f3s t\u00ednhamos pessoas boas fazendo a Vans acontecer no passado e temos pessoas boas fazendo isso hoje, a Vans \u00e9 uma marca que abra\u00e7a e acredita nas pessoas.<\/p>\n <\/p>\n 50 anos de hist\u00f3ria da Vans, de 1966 at\u00e9 hoje: como voc\u00ea v\u00ea essa trajet\u00f3ria\u00a0da marca?<\/strong><\/p>\n Paul: <\/strong>Na minha \u00e9poca, a marca era uma grande pequena empresa e hoje \u00e9 uma incr\u00edvel compania gigante. VFC e a Vans fizeram um trabalho incr\u00edvel trabalhando com as pessoas certas, desenvolvendo os produtos e crescendo em uma escala global.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Na semana em que festeja meio s\u00e9culo de exist\u00eancia, a californina VANS nos deu a chance de conversar com o seu fundador Paul Van Doren, resultando no papo exclusivo que voc\u00ea confere a seguir. 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Como era a rotina di\u00e1ria nesses primeiros dias?<\/strong><\/h4>\n
Voc\u00ea se lembra quando come\u00e7aram a pintar nos t\u00eanis da Vans?<\/strong><\/h4>\n
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Existia alguma tend\u00eancia que era muito popular no come\u00e7o?<\/strong><\/h4>\n
O que o publico feminino significou para a Vans, nesse come\u00e7o?<\/strong><\/h4>\n
Qual seu modelo favorito da Vans?<\/strong><\/h4>\n