Chegou Ao Fim A Parceria De adidas Com Ye

25 out 2022

As mais recentes falas de YE levaram ao fim do contrato que mantinha com a ADIDAS e coloca um ponto final na história de sua marca, YEEZY, ao lado da gigante alemã.

Desde que anunciou a “morte” do presidente da marca (com uma montagem usando uma capa do New York Times) até fabricar camisetas “White Lives Matters”, sofrer sanções de BALENCIAGA, GAP (um contrato de 10 anos encerrado após dois) e JP MORGAN e dar declarações antissemitas, toda essa espiral de caos acabou conduzindo para o fim de seu maior negócio. Confira o comunicado oficial:

”A adidas não tolera antissemitismo e qualquer outro tipo de discurso de ódio. Os comentários e ações recentes de Ye foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça. Após uma revisão completa, a empresa tomou a decisão de encerrar a parceria com Ye imediatamente, encerrar a produção de produtos da marca Yeezy e interromper todos os pagamentos a Ye e suas empresas. A adidas interromperá o negócio da adidas Yeezy com efeito imediato. Espera-se que isso tenha um impacto negativo de curto prazo de até € 250 milhões no lucro líquido da empresa em 2022, dada a alta sazonalidade do quarto trimestre. A adidas é a única proprietária de todos os direitos de design de produtos existentes, bem como cores anteriores e novas sob a parceria. Mais informações serão fornecidas como parte do próximo anúncio de ganhos do terceiro trimestre da empresa em 9 de novembro de 2022.”

Uma conversa com Tucker Carlson, jornalista da Fox News notadamente conhecido por má reputação parece ter sido o terreno ideal para que YE fizesse o discurso tido como “gota d’ água” na sua sequência de declarações, no mínimo, infelizes. Criticou latinos e disse acreditar que os judeus controlam o dinheiro do mundo. A VICE trouxe trechos que não foram ao ar, e que são ainda mais perturbadores. Foi suspenso do TWITTER e do INSTAGRAM, e ameaçou comprar a rede social PARLER, uma comunidade de extrema direita. Numa outra polêmica, essa divulgada pelo sensacionalista TMZ, o rapper teria dito que “ama Hitler e o nazismo”. Se você ainda quer mais, na mesma entrevista outro tema foi uma estranha e longa digressão sobre “crianças falsas” que ele alegou terem sido plantadas em sua casa para manipular seus próprios filhos.

Ele continuou seus ataques a judeus através do TWITTER, citando “death con 3”, termo usado para indicar níveis de ameaça de segurança nacional: “Estou com um pouco de sono esta noite mas, quando eu acordar, vou contra o povo judeu. O engraçado é que, na verdade, não posso ser antissemita porque os negros também são judeus. Vocês brincaram comigo e tentaram rejeitar qualquer um que se oponha à sua agenda.”

YE chegou a questionar a morte de George Floyd, crime que pontuou o início do movimento BLACK LIVES MATTER em 2020. Disse que a causa da morte foi o fentanil, medicamento encontrado em pequena quantidade no organismo de George e que o joelho do policial que o asfixiou não estava exatamente no pescoço de Floyd – o que é claramente desmentido por imagens que mostram o policial ajoelhado sobre seu pescoço. As últimas palavras de Floyd “eu não consigo respirar” ecoaram pelo mundo, mas não parecem ter sido ouvidas (ou compreendidas) por KANYE. A família de Floyd já entrou com um processo bilionário contra suas declarações.

Uma rusga com a editora da VOGUE também fechou as portas da célebre publicação de moda para suas incursões nesse universo, com a editora ANNA WINTOUR pondo fim a uma relação de uma década. O banco JP MORGAN anunciou que não tinha mais negócios com YEEZY e KANYE. Uma carta do JP MORGAN, de 12 de outubro, afirma que estaria fechando a conta de WEST e que o rapper tinha até o dia 21 de novembro para transferir seus fundos. O que ele fez logo depois? Apareceu usando um boné com o nome do criador da Bitcoin.

Apesar do suposto fim da história, os próximos dias serão movimentados. Milhares de possuidores de YEEZY fazem contas a respeito do valor de seus armários: o que acontecerá com esses ativos? E a ADIDAS? Será que demorou para tomar a decisão, deixando o contrato “sob revisão” por tempo demais? E o que o futuro reserva pra YE?

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