Nike HTM: A Tríade Sagrada Do Universo Sneakerhead – Parte 2: A Linha Do Tempo

16 mar 2016

Inovação. Esse tem sido o principal significado da sigla HTM – de HIROSHI (FUJIWARA), TINKER (HATFIELD) e MARK (PARKER), desde que ela começou a ser usada pela NIKE, em 2002.

No segundo capítulo da série especial de posts sobre o projeto HTM, recapitulamos todos os modelos já lançados pela sagrada tríade do universo sneakerhead, desde o primeiro Air Force 1, na inesquecível (e primeira) construção deluxe – inspirada na herança japonesa – até os mais recentes calçados de Flyknit. Uma mistura de nomes conhecidos e silhuetas obscuras, algumas delas verdadeiros experimentos esportivos e todas com um espaço reservado na história.

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Mas antes de irmos direto ao ponto, vale contar um pouco mais da rica história que cerca o encontro dessas três mentes brilhantes: HIROSHI FUJIWARA, fundador da Fragment Design, TINKER HATFIELD, Vice-Presidente para Inovação em Design e Projetos da Nike e Mark Parker, designer por formação, Presidente e CEO da Nike Inc.

O trabalho do trio, e, consequentemente, os produtos oriundos dele, nasceu da necessidade de manter uma empresa que emprega mais de 44.000 indivíduos e opera em mais de 160 países sempre ativa e criativa, segundo declarou Mark Parker, certa vez, em entrevista à publicação inglesa 032c: “um dos meus maiores medos é que nos tornemos grandes demais, lentos demais, aquele tipo de companhia burocrática e constipada, feliz com o sucesso que alcançou”. Por isso, os processos que levam aos produtos HTM são completamente diferentes dos demais, sem limitações de prazo, de técnica, de números de pares produzidos ou de orçamento. Sempre mirando o novo e explorando ao máximo as fronteiras – criativas e operacionais – da marca do swoosh.

Jonathan Olivares para 032c

Jonathan Olivares para 032c

 

Até hoje, mais de 30 produtos com o crivo HTM já ganharam as ruas, virando “heats” instantâneos e itens desejados por colecionadores e admiradores de calçados esportivos (ou, simplesmente, de importantes criações de design) em todo o mundo.

Jonathan Olivares para 032c

Jonathan Olivares para 032c

É um passeio por cada um desses modelos o que faremos a seguir, reunindo, pela primeira vez na internet brasileira, todo o legado do trio HTM em fotos e textos.

Nike HTM Air Force 1 (2002)

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Vinte anos após o nascimento do Air Force 1, surgia o primeiro produto com assinatura HTM, em duas opções de cores – marrom e preto. O modelo, relativamente simples, revolucionava pela forma luxuosa de construção, com materais ultra nobres. Duas curiosidades: era a primeira vez que o AF-1 ganhava tratamento tão sofisticado e foi uma das raras vezes em que o trio HTM trabalhou sobre uma silhueta já existente no catálogo da Nike.

 

Nike HTM Air Terra Humara (2002)

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Uma adaptação do modelo criado em 1998 por Peter Fogg, considerado um dos papas dos calçados outdoor. O HTM Terra Humara foi parte do primeiro projeto assinado por Hiroshi Fujiwara para a Nike, batizado co.jp – uma série especial de modelos monocromáticos. Sua cor marrom e as costuras contrastantes também remetiam ao AF-1 assinado pelo trio.

 

Nike HTM Air Woven Boot (2002)

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Os primeiros ensaios para se chegar a um modelo com cabedal em peça única, construído a partir de um processo de fios trançados surgiram, na Nike, graças à descoberta do antropólogo e sociólogo Luther Cressman, que, em 1938, descobriu o mais antigo calçado de que se tem conhecimento, datado de mais de 10 mil anos atrás: uma sandália montada em peça única através de fios trançados de Artemísia. O cabedal de cano médio ainda insistia no tema “outdoor” das criações anteriores.

 

Nike HTM Air Presto Roam (2002)

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Segundo muitos dos especialistas em calçados esportivos, o Presto Roam foi o primeiro indício de que os produtos HTM seriam muito mais do que “cores e materiais”, eles seriam uma zona de testes para novas silhuetas. O modelo usou a base do Presto, já existente desde o ano 2000, alongando seu cano, aplicando um solado mais robusto e trocando o neoprene, característico do cabedal, por suede.

 

Nike HTM Air Woven Rainbow (2002)

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Reedição do conceito “Woven”, agora com cano baixo e fitas tingidas manualmente, o que conferia a característica multicolorida do tênis.

 

Nike HTM Air Moc Mid (2002)

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Sapatos mais formais misturados a elementos de performance desenvolvidos pela Nike, junto com uma certa obsessão por modelos outdoor, marcaram o redesenho do Air Moc, um tênis nascido em 1994, que combinava um cabedal em peça única retirado dos mocassins, com o elástico das botas Chelsea e seguia o mesmo caminho do Presto Roam, alongando o cabedal original.

 

Nike Air Force 1 ‘HTM 2’ (2004)

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Continuação do Air Force 1 de 2002, agora na versão branca e com assinatura da Fragment Design.

Nike Sock Dart (2004)

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O primeiro tênis da história com cabedal feito em um tear controlado por computador – técnica que permite a tecelagem dos fios de modo a variar sua densidade, características e cores – o Sock Dart pode ser considerado um ancestral dos modelos em Flyknit. Oriundo do Sock Racer, um modelo dos anos 1980, e tal qual ele próprio, o Sock Dart trazia uma tira de silicone na parte superior, responsável pelo suporte, e sua produção inicial foi bastante limitada. Mark Parker gosta de lembrar da aparição do tênis no filme “Lost in Translation”, de Sophia Copolla e que preocupação com números não é um ponto considerado durante a criação dos HTM.

 

Nike HTM Zoom Macropus (2004)

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O Macropus foi o primeiro modelo criado pelo trio HTM a partir – literalmente – de um rabisco. O desenho tem como inspiração óbvia o Clark Wallabe e seu nome faz alusão ao Macropus Wallaby, espécie de canguru cinza de onde a marca concorrente também tirou o título para o seu calçado, mas também é uma referência à paixão de Tinker e Parker por taxonomia, natureza e evolução natural das espécies – conceitos vistos em muitos dos produtos Nike, ao longo dos anos. Nas versões HTM o tênis apareceu construído em couro liso preto, pelo de cavalo e suede.

 

Nike HTM Air Footscape Woven (2005)

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O sistema de fechamento assimétrico marcou muitas das criações da Nike, na primeira metade dos anos 2000. De chuteiras a tênis de corrida, os cadarços diagonais, deslocados lateralmente, apareceu no Footscape de suede roxo, abrindo caminho para uma série regular, inspirada na Copa do Mundo de 2006, que chegaria às lojas (sem o selo HTM) na sequência.

 

Nike HTM Court Force (2005)

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A conexão emocional de Hiroshi Fujiwara com o Court Force, um tênis para basquete, relativamente desconhecido, de 1987, foi o ponto de partida para a criação de edições HTM, que ainda relembravam o tempo em que o skate adotou, brevemente, o modelo.

 

Nike HTM Air Force 1 ‘Fragment’ (2005)

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De volta ao Air Force 1 e aos materiais de luxo, de novo com logo da Fragment Design.

 

Nike HTM Zoom Macropus LC Priority (2006)

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Nike HTM Air Force 1 ‘Fragment’ (2008)

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O mesmo Air Force 1 deluxe, nas mesmas três cores, agora com logo Fragment modificado.

Nike HTM2 Runboot Low TR (2009)

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Nike HTM2 Runboot High TR (2009)

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Nike HTM2 Runboot Low TR (2010)

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Nike HTM2 Runboot High TR (2010)

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Durante a concepção da linha Runboot, o trio HTM contou com a participação especial de um segundo M, Mark Smith, designer da companhia e discípulo de Tinker, o que gerou a série HTM2. Ficavam mais fortes os experimentos baseados no movimento natural dos pés, evidenciados pelo uso dos solados Free, e o swoosh desenhado como um stencil era o toque “rua” dado pelo segundo Mark.

Nike HTM Solar Soft Sandal (2010)

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Nike HTM Flyknit Racer (Fevereiro 2012)

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Nike HTM Flyknit Trainer+ (Fevereiro 2012)

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Em fevereiro de 2012, a Nike apresentou o Flyknit ao mundo, um tricô tecnológico que permitia a criação de tênis a partir de fios de poliéster reciclado. A técnica não somente criava modelos em peça única, com ajuste e suporte perfeitos, como também minimizava o impacto ambiental da produção dos calçados. Nada melhor, então, do que o trio HTM para assinar as primeiras séries de Flyknit Racer e Trainer (com solado Lunar, diferente dos regularmente vendidos).

 

Nike HTM Flyknit Racer (Abril 2012)

 

Nike HTM Flyknit Trainer+ (Abril 2012)

Nike HTM Flyknit Trainer+ (Julho 2012)

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Nike HTM Flyknit Chukka (Fevereiro 2013)

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A sagrada trinca do universo sneakerhead foi a responsável por introduzir o Flyknit no universo casual de Nike Sportswear, através do Flyknit Chukka, um modelo de cano médio, apoiado sobre solado de Lunarlon.

 

Nike HTM Flyknit Trainer+ (Abril 2013)

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Nike HTM Free Flyknit 5.0 (2013)

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Cabedal de Flyknit e solado Free. E, de novo, Hiroshi, Tinker e Mark Parker eram convocados a fazer as honras da estreia de uma silhueta.

 

KOBE IX Elite Low HTM (Abril 2014)

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Flyknit migrando para o basquete e, mais uma vez, ficou para o trio a missão de comandar a estreia em modelo assinado pelo astro KOBE BRYANT.

Nike Free Mercurial Superfly by HTM (Black-Junho 2014)

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Do basquete para o futebol, e, mais uma vez, ficou para o trio a missão de aplicar o FLYKNIT a uma silhueta inédita, inspirada na chuteira de (quase) mesmo nome.

 

Nike Free Mercurial Superfly by HTM (Volt-Julho 2014)

 

KOBE X Elite Low HTM (Abril 2015)

KOBE XI Elite Low HTM (Janeiro 2016)

 

Qual será o próximo capítulo dessa história? O que será que Hiroshi, Tinker e Mark andaram aprontando nos últimos meses?

Com certeza, vem novidade por aí.

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