Segunda Da Revista: O Campus Assinado Por Klaus Bohms

12 set 2022

Chegou a segunda-feira e chegou também mais um resgate! Reviramos nossos arquivos da Revista SBR para trazer uma matéria de 2013, na edição #5. O tema hoje é skate e o lançamento do ADIDAS CAMPUS BOHMS. Vamos relembrar?

ADIDAS CAMPUS BOHMS

Por Douglas Prieto

Skatista profissional brasileiro assina modelo da adidas

“Eu calço 44.” Com esse biotipo, pode-se imaginar que a vida de Klaus Bohms no que diz respeito a encontrar bons pares de tênis não foi nada fácil. “Andava de Kichute, ou qualquer outra coisa que minha mãe pudesse pagar do DIC. Comprava um por ano. Qualquer tênis servia, assim como qualquer skate servia.”

Mas isso não o impediu de tornar-se um dos principais skatistas brasileiros, referência quando o assunto é estilo. Klaus, nascido em São Bernardo (SP), tem 26 anos, integra o time internacional profissional da adidas Skateboarding e, a partir de fevereiro de 2014, passa a ter um modelo de tênis com seu nome.

O tênis que levará o nome “Bohms” impresso em dourado na lateral é um Campus Vulc. “É o tênis que mais uso. Desde que eu calcei pela primeira vez, se tornou meu preferido. Um tênis clássico, adaptado para skate. Foi uma escolha natural.” 

Após intermináveis estudos de combinações de cores, a opção pela sobriedade do cinza, preto e branco, com o dourado aparecendo também na etiqueta da língua e no logo na parte traseira. “Virou uma homenagem ao cinema preto e branco, coisa que admiro bastante” explica Klaus.

Mesmo não se tratando da criação de um novo cabedal, desde o start da ideia até o modelo pronto, passaram-se cerca de dois anos. Klaus explica o prazo: “tudo tem que ir pra aprovação na matriz, tem o tempo de envio de protótipos. E não é possível dedicar-se integralmente a um único projeto, sempre surgem novas coisas que precisam ser feitas, e as coleções vão passando.”

Sua atuação na adidas vai além de ser apenas um skatista do time. Patrocinado pela marca há cerca de seis anos, tem voz ativa em tudo que envolve skate, desde o aval para entrada de novos skatistas até roteiros e conceito de tours. “Para conceber a tour 3×4 me reuni com equipes de vendas, definindo praças importantes comercialmente, ao mesmo tempo que precisa levar os skatistas para lugares que tivessem bons picos e rendessem para fotos e vídeo.” A tour passou por três estados em 2011: São Paulo, Minas Gerais e Goiás (além do Distrito Federal). A própria formação da equipe brasileira (que conta também com Marcelo Garcia, Akira Shiroma e Daniel Marques) passou pelo aval de Klaus (e de Flavio Samelo, que trabalhou durante um ano na marca). O início das atividades da empresa no Brasil foi marcado pelo evento “Quanto Você Pula”, realizado na Casa das Caldeiras, em São Paulo (SP), em 2008.

O fato de participar do time internacional lhe proporcionou experiências únicas. “Nas tours, sempre tiramos um dia sem skate para conhecer a cidade onde estamos, viver uma experiência diferente. O Jascha (Global Sports Marketing) preza muito por isso. Em Londres, por exemplo, fomos assistir Chelsea x Tottenham no Stanford Bridge.” 

A aparente dicotomia existente entre forma e função desaparece na explicação de Bohms: “O skatista enxerga o tênis como utilidade. É diferente de quem coleciona tênis e o observa pelo viés da criação, da história que o calçado carrega. O skatista pensa em como aquele bico vai girar um flip, se a sola vai segurar na lixa, se a altura da palmilha é boa. A prática do skate determina como vai ser a construção do tênis, e acredito que aí os dois universos convergem, já que isso traz uma história: o tênis é criado pra atender necessidades de uma prática. E quando vem assinado por um skatista, a carreira e os feitos daquele nome transferem-se para o produto.”

E o que representa ter um modelo de tênis assinado? “Acho que mostra o interesse da marca em investir no skate a longo prazo. É um marco para a empresa e o trabalho que realiza globalmente. Fico lisonjeado que seja o meu nome que esteja envolvido nisso, uma coisa que realmente me dá prazer de fazer parte. E isso mostra pra molecada que sonha em ser skatista profissional que esta é uma opção que pode, sim, dar muito certo” finaliza Bohms.

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