A coleção começa a ser vendida mundialmente amanhã, e confira abaixo uma conversa rápida onde Felipe Pantone respondeu algumas perguntas com exclusividade:

SneakersBR: Conte-nos sobre sua jornada para o mundo da arte. Você começou como grafiteiro; como você fez a transição para o seu trabalho atual?

Felipe Pantone: Ao fazer graffiti nas ruas, entendi a importância da mudança, da impermanência e da velocidade. Isso me fez viajar pelo mundo e me conectar com muitas pessoas na vida real e na internet. De alguma forma acabou sendo este o cerne do meu discurso artístico, explorando dinamismo, transformação, conexão e a revolução digital.

SBR: Sua formação argentino-espanhola tem influência na sua arte?

FP: Nem um pouco. Prefiro tentar falar com toda a nossa geração, não de algum país ou cultura específica. Acredito que a Internet nos conectou e que nós, como espécie, estamos remando na mesma direção agora, ou pelo menos que eu acho que essa será a tendência do futuro.

SBR: Você nunca mostra seu rosto – você sente que isso ajuda a elevar a mensagem de sua arte?

FP: Quero que as pessoas se concentrem no meu trabalho e não se contaminem com a minha aparência ou o que faço na minha vida privada. Quero ser de todos os lugares, de ninguém e de todo mundo.

SBR: Seu trabalho inclui um uso de assinatura de gradientes de cores, saturação e luz. Como você definiria seu estilo de arte?

FP: Meu trabalho pode ser definido como uma abstração geométrica que incorpora arte óptica e elementos inerentes aos nossos tempos atuais, como computação gráfica. O tipo de gradientes de cores que uso eram realmente difíceis de encontrar na natureza ou na arte antes do advento dos computadores. Uso imagens intrínsecas em nossos tempos.

SBR: A abordagem inovadora para a luz, cor e formas em seu trabalho comenta como a tecnologia alterou nossa percepção do mundo. Como o mundo da tecnologia em evolução e mudança no mundo moderno impacta sua arte?

FP: Eu sempre mantenho uma mente aberta sobre minha prática de arte. Estou sempre procurando novas tecnologias que possam tornar possíveis novas ideias. Novos materiais, novas aplicações etc, para materializar meus conceitos da melhor maneira possível. Vivemos em tempos emocionantes, onde as coisas estão em constante mudança, assim como a arte.

SBR: O que te fez decidir trabalhar com a PUMA?

FP: A PUMA tem feito grandes coisas nos últimos anos; eu estava ciente da liberdade criativa que eles estavam dando aos colaboradores com quem trabalharam ultimamente. Achei que seria uma grande parceria quando a oportunidade bateu na minha porta.

SBR: Essa colaboração apresenta elementos do encontro passado e futuro em um sentido digitalizado e "falho" do presente. Qual foi a inspiração por trás da coleção de co-branded?

FP: Por muito tempo eu quis criar roupas que teriam uma verdadeira utilidade na minha vida no trabalho e depois do trabalho. Para criar o uniforme perfeito do estúdio. A PUMA gostou da ideia e me deram carta branca para criar. Foi um belo processo entre eu, um designer do meu estúdio e os designers da PUMA. Aprendi muito com isso e adorei o resultado. Toda a coleção destila a FP Studio digital e real.

SBR: Para essa colaboração, sua arte foi transformada em peças vestíveis. Como você mesclou sua estética de design com a marca PUMA para criar o produto final?

FP: Eu tinha uma ideia muito clara do que eu queria, o que eu precisava para mim e para a minha equipe. A PUMA tem a maestria de como criar essas peças da melhor maneira possível.

SBR: A coleção apresenta desenhos progressivos que usam materiais semitranslúcidos, texturas em grade e elementos de malha, juntamente com gráficos gradientes futuristas e acabamentos iridescentes. Conte-nos sobre um visual chave que incorpora a coleção.

FP: Usamos muitos materiais técnicos diferentes que carregam o DNA da obra de arte que faço no estúdio.

SBR: Como descreveria a coleção PUMA x Felipe Pantone em três palavras?

FP: Tecnológica. Urbana. Dinâmica.